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A noite de São Martinho


O meu rico S. Martinho
É tão farrista que até
Faz cantar o Zé-povinho
Com dois copos d’água-pé.

Foi cavaleiro romano
Com aprumo e distinção,
Chega sempre ao fim do ano
Com solzinho de Verão.


Em Novembro sorridente
Vem lembrar suas façanhas,
Canta e dança alegremente
Ao estoiro das castanhas.

Tem uma noite de alegria
Misturado com o povo
Que celebra com folia
A festa do vinho novo.

Nossa malta perturbada
Anda levada da breca
A comer castanha assada
E a beber pela caneca.

Como é bom viver assim,
Sem da crise termos susto,
Nesta noite sem ter fim
À volta deste magusto.

E o povo na brincadeira
Vai ficando coradinho,
Durante a noite inteira
A saudar o S. Martinho.
Rama Lyon

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